segunda-feira, dezembro 01, 2008

HISTÓRIAS DA MINHA TERRA.

Sobre uma chuva intensa que cai sem parar sente-se um frio que nos arrepia a pele, numa tasca em que as pessoas que por lá vão passando nos fazem sentir em casa sem nos julgar por aquilo que somos, vou apreciando a refeição que me servem, acompanhado por aquelas pessoas que realmente nos fazem perceber que a vida não é apenas um lugar por onde vamos passando sem que nada nos valha a pena.
O álcool vai-nos aquecendo a alma e libertando-nos a voz para cantar as músicas da minha terra…. “Quero cantar como à rola, quero cantar com à rola, como à rola ninguém canta….”…simples poesias que nos vão enchendo de coragem para podermos cantar só mais uma música, enquanto as pessoas olham para nós e comentam…. “olha, afinal ele também sabe a letra! …quem diria!?”.
Rodeado das amizades fieis que desde da minha infância me vão acompanhando com a alegria característica desta terra, sinto que realmente este é o meu lugar e tenho pena que por aqui não vá ficando…..sim, porque esta foi a terra que me acolheu de braços abertos.
Enquanto vou bebendo os meus copinhos, vou ouvindo e acompanhando as letras das músicas, porque algumas até se vão identificando com a minha vida, nem que seja para me fazer lembrar o porquê de me manter longe desta aldeia.
Nestas alturas o que me apetece é dizer “ desculpa ter-te abandonado Alentejo…sem duvida que és a minha terra, mas a vida fez com que tivesse de partir para outras bandas sem que nada o fizesse prever.”
Gostava de poder dizer que um dia “irei voltar!” mas com a mesma certeza que o faria, diria que simplesmente a vida não me o permite….mas quem sabe um dia não o farei? ….porque se há alguma coisa que me faz sentir em casa és tu Alentejo, tu, as tuas pessoas e as tuas histórias….

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